Capítulo 18
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Passam-se os dias. Damien já conseguiu resolver tudo o que precisava. Trancou o curso, comprou as passagens, e finalizou outras coisas. Assim que possível ele vai poder viajar para o Brasil, finalmente. Mas antes de mais nada, ele precisa viajar para a sua cidade Natal, pois agora, chega a hora de ter uma boa conversa com seus pais. Ele vai declarar que sua namorada, até então desconhecida para seus pais, está grávida de quase nove meses. Além de dizer que está decidido a não cursar mais, a faculdade de medicina.
Ele não faz ideia de como vai dar essas notícias bombásticas, mas já está completamente decidido e nada nem ninguém vai o impedir de seguir com suas mais novas decisões.
Denis, seu amigo, o acompanhou em tudo, até mesmo na rodoviária, onde se despediram e Damien segue em direção de sua cidade, para ver seus pais.
Assim que Damien, senta-se na poltrona do ônibus, ele pega seu celular, mas vê que o mesmo já estava desligado. Lembra que foi tudo tão corrido aquele dia que nem teve tempo de carrega-lo antes.
Ao se acomodar na poltrona, se dá conta de que estava realmente muito cansado, devido a correria das últimas horas, ele se ajeita na poltrona e acaba caindo num sono profundo, aproveitando para descansar durante a viagem até chegar em sua cidade.
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No Brasil...
Eliza acorda sentindo muito desconforto na barriga, como uma sensação de pressão e peso no baixo ventre, desde a madrugada e isso a tirou o sono. Ela se levanta com dificuldade, sua barriga já está bem baixa e pesada. E proveitou para tomar um banho demorado e tentar relaxar, mas isso parece que só piorou a situação.
- Eliza? - Lara entra no quarto de sua filha , procurando, porém a vê sair do banheiro. - Já são dez horas da manhã e você não desceu para tomar seu café! - Lara para de falar quando percebe que Eliza está estranha. - O que você tem, filha?
- Aquela dor de novo... - Eliza, sente-se obrigada a caminhar devagar, devido a dor em sua barriga que está muito forte. Ela senta-se na beira da cama com dificuldade.
- O médico disse que ainda é cedo para o bebê nascer, mas essa já é a segunda vez essa semana, que você sente isso! - Lara se aproxima.
- Mas hoje parece diferente, mãe! - Eliza aperta os olhos com a mão na barriga, inclinando um pouco o corpo, por causa de outra contração. - A dor não está passando como aquela dia!... - Aahhh! - ela geme baixo, apertando os olhos.
- Minha nossa! - Lara se preocupa. - Pelo visto o bebê não quer esperar para o mês que vem. Temos que ir para o hospital. - Lara a olha nos olhos. - Acho que chegou a hora, Eliza!
- Tudo bem. Eu vou me vestir e ajeitar as coisas aqui. Ligue para meu pai e para Damien... Eu quero que eles saibam. Te espero lá embaixo. - Ela se levanta.
Assim que Eliza termina de ajeitar tudo, ela desce as escadas com dificuldade, encontrando sua mãe com o celular no ouvido.
- Então, falou com eles? - pergunta Eliza, com a bolsa nos ombros e olhar ansioso.
Eu liguei no escritório, mas não consegui falar com seu pai, a secretária disse que ele está em uma reunião importante, mas pedi para que ele retorne assim que possível - diz Lara, sem jeito.
- E Damien... Você conseguiu?
- O celular dele está desligado. - Lara se aproxima, olhando nos olhos de sua filha com jeito desanimado - Somos só nos duas. Vamos, Eliza... Não podemos esperar mais.
- Tudo bem. - Eliza consente, abaixando os olhos.
Já no hospital, o médico examina Eliza e vê que ela já está com cinco centímetros de dilatação, então ela fica internada.
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Eliza, chegou no hospital e já foi para a internação. No momento ela já está vestida numa camisola com o nome do hospital, deitada de lado, com a mão embaixo do rosto. Seus olhos estão fixos bservando a enfermeira. Ela perta os olhos assim que o soro é colocado em sua veia. Logo a enfermeira sai, e sua mãe esta ao lado dela.
- Mãe, ta tudo bem? - Eliza percebe sua mãe um tanto calada e pensativa.
- Não é nada, filha! - Ela disfarça.
- Sei que alguma coisa te incomoda. Não vai me dizer o que é? - Eliza se ajeita na cama.
- Na verdade...
Lara caminha pelo quarto a passos lentos, com os braços cruzados.
- Eu queria muito que Ronald, viesse aqui para te ver. Ver a única filha que tem!
Um suspiro desanimado sai do fundo de seu peito, enquanto tem o olhar distante.
- Mas talvez isso não aconteça. Lembro-me que quando eu estava ai, em seu lugar, para ter você, eu tive sérias complicações durante o parto. O médico disse que nós duas corríamos risco de vida. Lembro que seu pai ficou tão preocupado, esteve ao meu lado o tempo todo e na mesa de cirurgia, não soltou da minha mão um segundo! Foi tão cuidadoso, sempre presente. Eu não sei porque ele se deixou mudar tanto assim!... - Ela abaixa a cabeça, sentindo-se magoada. - Eu já não o reconheço mais!
- Eu confesso que já estou cansada de lutar sozinha ultimamente. Nós precisamos de apoio. Mas Ronald só pensa em como afastar ainda mais Damien de você e só está pensando nele mesmo.
- Nós já tentamos o ajudar, mas ele se recusa. - Completa Eliza.
- Sinto que se Ronald continuar assim, eu não terei escolha... Eu vou pedir o divórcio, já não estou mais aguentando. - Sua voz sai embargada, e seus olhos ficam marejados.
- Mãe... Você tá chorando! - Eliza se preocupa.
- Eu estou bem filha, eu não deveria estar assim na sua frente. - Ela limpa as lágrimas que lhe escorrem e tenta sorrir. - Não quero te preocupar nesse momento, que já está a flor da pele. Falaremos sobre isso uma outra hora, agora preciso te apoiar nesse momento - diz Lara.
- Mãe, não tem problema se quiser chorar! Sei que você é forte e está sempre ao meu lado me ajudando!... Me lembrei de uma frase que li... Ela dizia; Às vezes quando choramos, não quer dizer que somos fracos, mas sim porque uma hora cansamos de sermos fortes o tempo todo! - Eliza olha triste. - Queria tanto que Damien, estivesse aqui segurando a minha mão, mas por minhas decisões erradas, isso não pôde ser possível. Também queria que o papai estivesse lá fora, esperando por notícias. Mas vejo que isso também não vai acontecer. Só queria que tudo fosse diferente - Ela olha triste.
- Não se preocupe com isso agora - Eu estou aqui. - Lara aperta mais a mão de sua filha.
- Mãe... - Ela olha fixo em seus olhos - Estou, com tanto medo! - Lara percebe os olhos de sua filha marejados.
- Não tenha medo, filha - Lara a abraça. - Esse dia é difícil na vida de uma mulher, mas quando nasce um bebê, nasce uma mãe, um recomeço, uma nova fase, sentimentos florescem. Acredite! E conte comigo para isso e muito mais. - Ela lhe sorri com amor.
- Se alguma coisa me acontecer, quero que saiba que você é a melhor mãe que existe!... Obrigada por estar sempre comigo! Também quero que diga para o meu pai e para Damien, que eu os amo muito!... - Ela teme.
- Eliza! Pare de dizer essas coisas! - Lara a interrompe - Vai dar tudo certo. E você vai dizer isso para eles em breve.
- Aahhh!! - Eliza se afasta, pondo a mão na barriga e apertando os olhos.
- Filha?
- Parece que o soro me fez ter contrações mais fortes! - ela solta o ar devagar pela boca.
- Está tudo bem. - Lara se levanta e vai até lá fora, tentando ligar para Damien, mas sem sucesso.
Ele está na poltrona do ônibus num sono profundo a caminho de casa, está bem cansado. Nem imagina que seu filho se adiantou em nascer.
•••
- Mãe... É um menino!! - Diz Eliza, ofegante e eufórica ao mesmo tempo, assim que seus olhos vão de encontro de bebê pela primeira vez, ainda sob os cuidados do médico.
Foi um momento difícil, mas ela conseguiu afinal.
- Sim, filha! - Lara está emocionada. - É um lindo menininho!
Agora ela relaxa a cabeça na cama ainda sentindo-se meio fraca. Mas sorri satisfeita ao ouvir o choro de seu filho, tomando conta da sala, e com certeza o som mais lindo que ela poderia ouvir, enchendo seu coração de amor. Com certeza foi uma das melhores coisas que lhe aconteceu depois que chegou de Paris.
O médico o enrola e o coloca nos braços de Eliza, finalmente.
- Ohh!... - Eliza não pode expressar o que sente, ao ter aquele ser tão pequeno, quentinho e fofo em seus braços, ainda inquieto. - Ele é meu!... - Ela se apaixona.
Seu coração acelera e parece que vai expodir de tanto amor. Ela olha para sua mãe, depois volta a atenção para seu bebê:
- Ele é a coisa mais linda que eu já vi! - sussurra, olhando fascinada, e seus olhos vão se enchendo de lágrimas.
- Sim, filha - Lara sorri com orgulho, também fascinada pelo pequeno. - Você fez um ótimo trabalho e ajudou muito!
- Ele tem todos os traços de Damien! - Eliza o admira, acariciando seu rostinho com suavidade e sorri orgulhosa, vendo que cada detalhe do pequeno, chama a atenção por ser idênticos aos do pai.
Seus olhinhos azuis, seus cabelos finos e claros. E por fim, ele tem umas bochechinhas gostosas. Ela esperou tanto por isso e agora não tem mais pressa em admira-lo.
...
Já no quarto do hospital, Eliza agora está descansando:
- Queria que a enfermeira trouxesse meu filho logo! - diz ansiosa.
- Calma filha, as enfermeiras estão cuidando dele, já é quase a hora da visita. - Lara olha no relógio.
Eliza olha surpresa, ao ouvir a voz familiar pela porta do quarto.
- Com licença!... - É Ronald.
- Pai!?... - A garota sente seu coração acelerar, e seus olhos ficam surpresos e perdidos ao mesmo tempo, ao ver Ronald alí, na porta e olha para sua mãe.
- Olá... - Diz ele, sem jeito e com voz vacilante - Eu... posso entrar?
- Claro!...
Enquanto Ronald caminha devagar, eles se olham.
- Que bom que veio ver sua filha. Sinceramente, eu já não tinha mais certeza de que você viria. Últimamente, você é uma caixinha de surpresas. - Deduz Lara, com jeito sério.
- Eu vim assim que recebi a notícia - ele se aproxima de Eliza, com olhar preocupado e engole a seco.
- Eu estou bem, pai... - Ela diz, sem jeito.
- Eu... Tinha que vir para ter certeza... - ele fica pensativo - eu não conseguia tirar as lembranças antigas da minha cabeça, do dia em que você nasceu, naquele dia pensei que fosse perder você ou sua mãe, foi tão... Difícil. - ele olha triste. E hoje quando me disseram que você estava aqui... Eu não consegui pensar em outra coisa! Isso já estava me corroendo por dentro.
- Obrigada, por vir... - Eliza diz baixo, sentindo uma sensação boa. Logo um sorriso singelo toma seus lábios. - Vejo que está se esforçando. Que bom que está dando ouvidos ao seu coração, enfim.
- Eu fico mais tranquilo agora que sei que está bem. Eu vou para casa agora, vou pedir para a empregada ajeitar tudo em seu quarto para que quando você chegar, descanse melhor! - Ele se vira devagar.
- Pai... - Eliza o chama, fazendo-o parar. - Seu neto... É lindo e saudável! Você não vai vê-lo? - pergunta ela, curiosa.
Ronald fica pensativo e engole a seco.
- Eu... - Ele se vira com os olhar confuso. - Eu não costumo mentir Eliza, não sei se vou conseguir... Não agora... Eu realmente, eu não sei... - Ele está muito confuso.
- Tudo bem! - Eliza o interrompe, e abaixa a cabeça. - Eu só espero que um dia você o aceite, eu ficaria muito infeliz! - Seus olhos ficam tristes de novo.
- Eu não quero que seja infeliz! - Ronald se preocupa - mas acho que ainda não consigo fazer isso! - Ele parece desapontado consigo mesmo.
- Tudo bem, pai - Eliza se cala.
Ronald sai do quarto e Lara vai atrás.
- Espera! - Eles param no corredor e se olham - eu fico mais tranquila ao saber que parece ainda se preocupar com sua filha.
- Por favor, Lara me desculpe! - Ele olha triste - eu não quero que minha família me odeie! Ainda quero fazer alguma coisa, quero ajudar Eliza, eu só não estou conseguindo! - declara sem jeito.
- Se quiser mesmo ajudar, começe aceitando seu neto, e peça perdão por tê-la maltratado, tente se controlar mais! - Nós vamos conseguir ajudá-la! Só preciso que você continue se esforçando e me ajude. Vá para casa e pense sobre isso, conversaremos depois.
Ela se vira e sai para fazer companhia a sua filha
...
A enfermeira finalmente trás o pequeno.
- Ora! Vejo a imagem mais linda! - Lara se aproxima sorrindo ao ver Eliza amamentar seu filho.
.
- Eu não me canso de olhá-lo! - Eliza sorri boba, segurando a mão de seu pequeno, enquanto ele mata sua fome.
Logo depois, Eliza pega o celular, tira uma foto dele e resolve mandar para Damien.
Eu não sei o que aconteceu com você Dam! Mas quando ligar o celular, vai finalmente conhecer seu pedacinho de amor!
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